Conheçam a alegre galeria de retratos especiais de figuras da nossa história e da nossa memória.
Mais do que os rostos e os trajes, as histórias de vida e as memórias de outros tempos convidam públicos e participantes a conhecer, a partilhar e a interagir com figuras típicas de uma cidade sempre em mudança, profissões quase esquecidas, rituais e gentes que merecem ser lembradas.
Factos e ficção, história e tradição, memória viva e emoção!

Mulher da fava rica no início do séc.XX, por Roque Gameiro
Há décadas que não se ouve, pelas ruas de Lisboa, o pregão desta vendedeira de uma das sopas mais ricas da história – a Sopa da Fava-Rica.
Dentro de um tacho, bem embrulhada em jornais e cobertores, a sopa era colocada dentro de uma cesta de verga que se equilibrava à cabeça, e depois apregoada com o canto: “Olha a Fava-Riiiica!”.
A fava-rica, nutritiva, barata, popular, saudável, alimentava e aquecia pela madrugada os trabalhadores da cidade, que no caldo ensopavam o naco sobrante de pão duro de véspera, quebrando o jejum, e assim muitos aguentavam a fome e a dureza da vida até à noitinha.
“A receita”, diz esta nossa vendedeira com um sorriso maroto, “não tem mistério nenhum. O segredo”, sussurra-nos, “está nas mãos que quem faz o preparado!”
Preparem-se os incautos para a sonora gargalhada: “- Agora é que lhe saiu a fava! Pensava vossemecê que eram favas contadas!!! A modos que até parece que lhe saiu a fava preta! Volte, coma umas favinhas, que eu cá não o mando à fava, não senhor!!! Esta é fava seca da boa, que lhe piquei o rebanho de bicho. Tome lá uma concha. Cada medida são cinco tostões!”
Querem a receita? Venham então conhecer a vida e os afazeres de Ti’ Emília Deolinda, a Mulher da Fava-Rica. Por ela, dizem, vale sempre a pena esperar.
Contacte-nos para conhecer esta personagem: a Ti’ Emília Deolinda.

A tradicional vendedora da fava rica em Lisboa em meados do séc.XX

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